As loucuras de amor de uma mulher - parte final

O casal, Vivelinda e Danúbio, começaram o ano com os pés esquerdos. O clima entre o par romântico ficou pesadíssimo, pois ela não parava de ofendê-lo e jogar em sua cara tudo que já havia feito por ele e pelo amor que nutria por ele. Gritava, alucinantemente, e ele ouvia a tudo pacientemente. Começou a fazer crítica mordazes à família do rapaz. Fazia de tudo agora para diminui-lo, buscando meios de sanar a dor que esmagava seu coração. E o silêncio de Danúbio só aumentava a sua ira.
Alguns dias se passaram, os ânimos se acalmaram, mas percebia-se um tensão no ar, a qual desencadearia uma grande discussão sem maior motivação.
Vivelinda volta para São Paulo, visivelmente arrasada. Aquela alegria de viver e entusiasmo já não são os mesmos do início do romance, parecia vislumbrar o que estava por vir. O arrependimento de ter dito palavras tão duras ao seu amado a consumiam. Sentia-se morrendo aos poucos com a indiferença mostrada pelo seu grande amor. 
Danúbio já não respondia os sms prontamente, mal mal falava com ela por telefone. A distância abriu um abismo na relação dos dois. Embora a admirasse muito, as palavras ditas por aquela que, a princípio, era sua deusa, o torturavam dia e noite. Como continuar em uma relação com tantas mágoas no coração? Essa pergunta revirava em seu pensamento. 
Assim seguiram-se alguns meses.
Até que...uma bela noite, o telefone residencial de Vivelinda toca. Ela olha a bina e sorri. Atende alegremente, mas percebe que há algo errado na voz de Danúbio. E ao ouvir as primeiras palavras ditas por ele, sua feição de felicidade cai por terra. Dá lugar a uma dor profunda em sua alma, pois jamais esperaria aquela atitude de quem, um dia, foi uma das pessoas mais importante de sua vida. 
Pois é...Danúbio terminou um relacionamento de 4 (quatro) anos por telefone, pois não tinha coregem de olhar dentro dos olhos daquela mulher, a qual se entregou de corpo e alma ao amor.
Vivelinda recusava-se a acreditar e a aceitar no que ouvira e vivera. Amargou longos meses de tristeza. Não queria sair do quarto, nem falar com ninguém. Só rezava diariamente para que aquilo tudo tivesse sido um pesadelo...embora seu pranto fosse real. 
As filhas se empenhavam em fazê-la ter vontade de viver, mas as lembranças a matavam dia a dia. E sempre que encontrava algum amigo em comum, perguntava por ele...em vão. Pretendentes surgiam, porém ninguém a interessava mais.
Quase 1 (um) ano depois, finalmente, deu sinal de recuperação e novas paixões vieram, e novas decepções também, e assim foi se fortalecendo, e voltando a ser aquela  mulher decidida, mas com uma diferença estava determinada a ser feliz a cada dia, independente de ter um homem ao seu lado. Aprendeu que somente se amando e se valorizando é possível amar e ser amada e, além disso, que não se deve sofrer ou ter medo do que estar por vir, pois o importante é o agora, e o medo aprisiona e impede que se experimente as maravilhas do presente. Faz com que se perca na racionalidade e em pensamentos evasivos, criando apenas confusões e nenhuma felicidade.

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