Durante uma das paradas para
embarque no trajeto Paraty- Rio, entraram algumas pessoas de origem humilde e
de “sotaque” nordestino. Extremamente falante e sem perceber que compartilhava o assunto com os demais passageiros...uma tia muito
zelosa e preocupada com a sobrinha começa:
- Minha filha, você deve orar
bastante colocando o que deseja na oração para que Deus trabalhe... A conselheira tutelar ligou para saber o que
houve, porque no posto disseram que você havia dito que seu pai te bateu,
estando grávida. Mas, minha querida, você nem sabe se está mesmo grávida...não
pode sair falando isso por aí...
Seu pai já te colocou pra fora
porque você foi desonrada, e ele não admite a desonra dentro de casa. Embora a culpa
disso seja da sua mãe que não tem voz ativa...aceitou um filho de uma traição e
não fez nada pela própria filha...mas não tem nada não, minha menina, mãe ta lá
na Paraíba, e você sabe que ela é louca por você, que você é o xodó dela. Aí
você a ajuda nas tarefas da casa e aos poucos as coisas vão se acalmando.
Se fizerem algum comentário por
lá, diga apenas que não foi a primeira e nem será a última...
Assim continuou até chegarmos ao
Rio, e apesar de mal ouvirmos a voz da pobre jovem, já estávamos bem íntimos de seus problemas pessoais e familiares.
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